Seu filho está apático?

Preguiça, moleza, desinteresse... Tudo parece muito chato. Tudo? Tudo mesmo? Ora, não é bem assim, nós sabemos disso. Quando o assunto é festa, música e baladas, tudo ganha cor e forma. Eles querem agito. O movimento rápido, o social, e a velocidade com que tudo acontece é o que interessa ao jovem. O mundo assim está. As cenas passam por nós e muito rapidamente sem que nós tenhamos a possibilidade de pensar muito bem no que ocorre, sem a oportunidade de metabolizar, de se entregar de corpo e alma para as tarefas e para as relações. É como se nada tivesse profundidades, como se ficássemos sempre na superfície.

Quando se fala em preguiça e desinteresse por parte dos jovens, estamos falando, principalmente, em ausência de cores, de luz em seu cotidiano. Claro que é uma fase difícil. Eles ficam verdadeiramente intratáveis, em alguns casos. Não há pai ou mãe que, neste período, não viveu momentos de ansiedade, muitas vezes torturantes. O que fazer para mobilizar o jovem de hoje? Como mostrar a ele o que é produtivo, naquilo que fará realmente diferença em sua vida? De que forma sacudir o jovem efetivamente?
Bem, regras definidas e únicas não existem. Mas algumas tentativas devem ser feitas por pais e mães que estejam buscando saídas para a esta fase tão delicado. Para isso, seria importante lembrar que:

1. Cada filho é um e no caminho de se descobrir seus desejos e potencialidades é necessário investigar suas tendências. O que oferecer como possibilidade para ajudar a aflorar o prazer, o gosto e, conseqüentemente, a disciplina para direcionar determinada atividade? Há filhos que gostam de músicas por exemplo, outros de desenho. Há, também, aqueles que, desde cedo, são pequenos cientistas. Aqui, o que vale é a percepção e a sensibilidade para oferecer, disponibilizar material, livros, indicar o filme...Conversar sobre cada uma destas possibilidades enquanto elas forem acontecendo.

2. Mostre que, no caminho de qualquer trabalho, as dificuldades existem. Nem por isso a gente desiste das coisas ou e elas ficam necessariamente desagradáveis. Ao contrário. Inúmeras vezes os adolescentes desistem de seus objetivos no primeiro problema. É natural porque não percebem ainda que o prazer fica maior quando os desafios são vencidos. São os adultos que precisam ensiná-los a ter persistência.

3. É fundamental que, ao longo do caminho, o jovem se sinta autônomo. Para isso, oriente-o no que for preciso, mas vá afrouxando o cerco à medida em que perceber que seu interesse aumenta e que e ele já é capaz de andar com as próprias pernas. Verá que cada descoberta virará uma festa.

4. Existe, no entanto, uma máxima que deve ser levada em conta quando se fala em perceber os filhos e orientá-los conforme seu interesse: ter olhos para ver e ouvidos para ouvir.

Parece simples, mas não é. E não é mesmo. Nós nos queixamos muito da apatia juvenil, mas nos esquecemos da nossa apatia. Da nossa correria do dia-a-dia, de nossos olhos que já não brilham mais diante os desafios, de nossas ausências de perspectiva diante de determinadas situações. Frequentemente nos esquecemos de que os jovens são o reflexo de sua família e da comunidade em que estão inseridos. Se este ambiente social não tiver energia, não buscar o novo, não procurar suas necessidades e não desenvolver a disciplina, os adolescentes também não o farão.

Fazer brilhar os olhos para ter perspectiva. Sonhar, desejar algo que não signifique simplesmente um bem material, e sim o desenvolvimento de uma habilidade é fazer com que seu filho perceba, numa idade tão complexa e de perda de identidade, que é criativo e produtivo. Mais do que isto, nesta fase tão delicada, é preciso dar sentido a seus atos. Fazer com que as ações tenham um significado faz parte da missão de pais que se olham, se percebem e se revêem em seus atos do dia a dia.

Para isso, busque a lanterna, aquela que está escondida... ela irá ajudá-lo a descobrir caminhos nesta fase e servirá para iluminar a vida de seu filho e a sua.

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