Brigas, a culpa é de quem?

Ao chegar em casa, ele olha com raiva para ela, parece que nada dá certo e ele já sabe o que vai acontecer em seguida. Ela vem com uma cara amarrada, provavelmente dizendo que alguma coisa esta quebrada ou alguma coisa de errado ele fez. Ele sente que a vida está um inferno e a culpa por isso.

Para sermos justos.

Ele chega em casa, jogando sua pasta em qualquer lugar e em ato continuo paletó gravata sapato etc e tal. Ela olha a bagunça e pensa como sua vida é um inferno. Cadê aquelas palavras de carinho? E pior, daqui a pouco vai querer trepar como se tudo estivesse bem, ou pior nem vai querer trepar. Ele não ouve o que a está perturbando.
Perigo!
Perigo!
Esses sentimentos de frustração e de responsabilizar o outro pelo nosso vazio na vida normalmente se transformam no mais intoxicante e destrutivo fator para um casamento.
Não podemos esquecer o mais triste, quando um dos parceiros diz "eu estou infeliz" em geral o outro homem ou mulher diz "não, você está complicando tudo e não me ama mais". O outro está com medo de perder o parceiro querido e obviamente, em pouco tempo a cena volta a ocorrer, mas os personagens trocam de lado.

É preciso lembrar que talvez a sublime beleza de um relacionamento seja tentar vencer o medo, olhar para a infelicidade do seu parceiro e, de alguma forma, apesar do medo, olhar para o rosto do seu companheiro e querer mudar, não por ser "moderninho", mas por ser a possibilidade de continuidade desse casamento, dessa relação.

É preciso entender que quando alguém diz que está infeliz é preciso ouvi-lo e amá-lo para ajudá-lo na mudança e, com isso, ajudar o próprio casal a mudar.

Quando alguém pede socorro (em geral esses "socorros" são mudos e surdos nos casamentos) e não é atendido, esse socorro produz ,e como produz, rancores e mágoas, que muitas vezes no final acabam se resumindo sempre na velha e infeliz frase "a culpa é dela (e)".
Casar, apesar do que muitos pensam, é mudar e é olhar para o outro para saber para onde mudar.
Casar é olhar para o outro. Casar é lutar com o outro pelo bem estar do casal e não contra o outro.

É lutar contra a vontade de apenas culpar o outro pelas suas dores.
Dizer que a culpa é do outro é uma saída para não olhar seus próprios problemas e dificuldades. É mais fácil, mas vamos empurrando nossos desacertos com a barriga. Às vezes terminamos uma relação e entramos em outra achando que “o outro” é culpado pelos problemas. Se você não está feliz,não adiante responsabilizar unicamente o outro por isso. Procure em você as responsabilidades também. O outro não tem o dever de nos fazer felizes, isso seria peso demais. Ele pode nos ajudar, mas a responsabilidade está em nós.

Manter uma relação não é fácil, estar sozinho também não. Busque compreender onde estão os seus problemas e procure formas de resolvê-los, em conjunto ou separadamente. Mas não se acomode.

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