Crianças se masturbando, como lidar com isso?

Desde que a criança nasce, sente necessidade de trocar seu próprio corpo, afinal, tudo é novidade para ela. Da mesma forma que coloca seus pés e mãos na boca, vira-se de um lado para outro, o bebê também pode tocar em seus órgãos genitais, principalmente a partir de um ano e meio de idade, quando começa a usar as mãos para interagir com o mundo.
Porém, esse ato não pode ser considerado uma masturbação. A masturbação inclui uma intenção erótica que só aparece na puberdade, quando os hormônios sexuais masculinos e femininos começam a atuar no corpo. As crianças não têm a mesma conotação sexual do adulto nessa manipulação, apenas o prazer de estarem descobrindo o corpo.

Além de manipular seus órgão genitais com as mãos, as crianças também podem usar outros métodos. Entre as meninas, é comum roçar um bichinho de pelúcia entre as pernas ou sentar-se sobre o braço de um sofá, realizando movimentos perdulários.

Se um dia você flagrar seus filhos em uma dessas situações, não é preciso ficar preocupada. Tente não interferir, e muito menos os repreenda ou dê broncas. As crianças não entenderão o motivo e poderão se sentir culpadas. E não há razão para que se sintam assim, pois estão fazendo algo absolutamente normal.

As crianças estão simplesmente brincando com uma parte do corpo sensível, como outra qualquer, que é gostoso. Quando o adulto coloca a conotação de proibido, sujo, dá-se o conflito, se por um lado é bom, por outro é errado. É do conflito que nasce a culpa. No futuro isso pode levar a compreensão equivocada sobre sexo e masturbação, que pode ser a origem de muitas das disfunções sexuais.

Se a criança estiver se manipulando em locais inadequados tais como a sala ou até mesmo a escola, em frente a outras pessoas, os pais devem explicar que, apesar de gostoso, isso deve ser feito em um ambiente privado. Exemplos podem ser interessantes para mostrar a ela que existem lugares certos para fazer as coisas. Diga a ela que pode assistir televisão em casa, mas não na escola, pode usar maiô na praia, mas não na cidade e assim por diante.

Outro momento que merece uma intervenção é quando os pais percebem que a criança se manipula o tempo todo. Nesse caso, ela pode estar querendo, desta forma, chamar a atenção dos pais, dos professores ou de outra pessoa. Ou então pode ser algum tipo de coceira genital que acaba sendo confundida pelos adultos. Por isso, em casos de manipulação compulsiva, deve-se antes de tudo perguntar a criança se está coçando e, em caso positivo, levá-la ao pediatra para uma avaliação e tratamento.

A partir dos quatro ou cinco anos, é normal que as crianças comecem a ter curiosidades a respeito do outro sexo e por isso podem querer manipular os órgãos genitais uma da outra. Se elas estiverem em um ambiente adequado e o adulto conseguir se conter, o ideal é não interferir. O que não pode é ficar espiando, ou fazer escândalo. Porém, não é adequado quando as crianças imitam práticas sexuais de adultos, sexo oral por exemplo. Nesse caso, os pais precisam ser orientados por um psicólogo.

Entre os sete e dez anos, as crianças até deixa a manipulação um pouco de lado, pois já conhecem seu corpo e o do outro também. Mas, com a puberdade, o interesse pelo estímulo genital volta, desta vez com conotação de masturbação. O significado é completamente diferente, por todos os motivos acima explicado e também pela possibilidade de que o adolescente desenvolve, e que a criança não tem, de fantasiar, de desejar sexualmente, de sentir excitação sexual, de atingir o orgasmo, de ejacular, etc.

Se ficar alguma dúvida, busque ajuda profissional.

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