Você está sempre tentando modificar seu parceiro?

Você já tentou ou pelo menos desejou mudar algo em seu parceiro? Dar uma “arrumadinha” nele... deixá-lo mais romântico, ou deixá-la mais econômica, ou mais organizado(a)? Mais objetivo(a) ou mais sentimental?

Nos relacionamentos algumas vezes chegamos a crer que estaríamos mais felizes com pessoas que pensam da mesma forma que nós, ou que possuem as mesmas crenças e pontos de vista, e de certa forma, realmente seria mais fácil, pois com esse perfil as chances de você ser confrontado certamente seriam menores.

A grande questão é que os relacionamentos que mais nos estimulam a crescer e a repensar nosso forma de vida são aqueles travados com pessoas que se orientam por parâmetros diferentes dos nossos, pois é com elas que aprendemos a exercitar nosso conceito de respeito.

Respeito implica em receber e entender o outro a partir de sua perspectiva, de seu prisma, o que significa estar na mesma hierarquia, no mesmo patamar, sentir-se nem maior nem menor que o outro, apenas fazendo parte de uma relação simétrica e não complementar.
Desse ponto de vista, sempre teremos a acrescentar em nossa vida, à medida que possamos nos permitir entrar em contato com o genuíno que existe em cada um de nós.

Quando tentamos modificar o outro, sem respeitar suas particularidades, talvez estejamos buscando nos relacionar com nosso espelho, impondo nossas verdades e entendimentos de mundo, numa busca desesperada de evitar o medo do novo e do diferente. Para lidar com eles, temos que estar muito convictos de nossa identidade e de nossas certezas, e ao mesmo tempo dispostos a checá-las e consequentemente repensá-las.

Em contrapartida, muitas vezes queremos mudar no outro o que ele tem de nós; implicamos com a chatice do outro para não olharmos para a nossa, olhamos o mau do outro para evitarmos entrar em contato com o nosso mau interno, implicamos com sua desorganização para não lidar com nosso excesso de ordem que muitas vezes nos escraviza.

Nossas escolhas de vida são processos de amadurecimento e transformação pessoal. A maturidade emocional passa pela capacidade de fazer escolhas e lidar com suas conseqüências.
Aprender a apurar nosso foco de atenção, perceber nossas necessidades, desejos e dificuldades é o primeiro passo. Em decorrência desse processo ganhamos a capacidade de sermos assertivos em nossas atitudes e consequentemente fortalecemos nossa auto-estima, condição indispensável para lidar com nossas escolhas.

Sendo assim olhe para seu companheiro(a) não com os olhos críticos de quem procura defeitos a serem corrigidos, mas com os olhos de quem está pronto e aberto a conhecer outras formas de existir. Respeite-se e respeite o outro. Se não é possível viver com as diferenças do outro, não é possível ter uma relação com o outro. O que não dá é pra entrar numa relação, seja ela de amizade ou namoro pensando no que vai mudar no outro. Viva e deixe viver, e seja feliz.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

É possível voltar a ser feliz depois de uma traição?

Separação, é possivel renascer da dor?

Como falar com seu filho sobre adoção